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Nos municípios da Ilha do Marajó, ricos em biodiversidade, mas que apresentam os mais baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) do país, o acesso à alimentação saudável e de boa qualidade, para crianças e jovens da região, muitas vezes só é possível na merenda escolar. A regionalização desta, a partir da identificação de alimentos tradicionais, dentro de um conceito de “sistemas agroalimentares locais” pode ser uma nova possibilidade de desenvolvimento para esses municípios, partindo da agricultura familiar local, (re)construindo pontes relacionais dada a proximidade entre produtos, produtores e consumidores. Compreender a dinâmica destes sistemas em suas complexas redes e cadeias que vão da produção ao consumo, bem como suas aplicações pragmáticas na realidade, constituem relevância essencial para avançar no debate em torno do desenvolvimento rural. Assim, o presente artigo busca, à luz deste conceito, apresentar e debater a experiência do Programa de Regionalização da Merenda Escolar no município de Soure/PA, como forma de identidade e desenvolvimento rural local. O procedimento metodológico empregado foi o estudo de caso, contextualizando esta iniciativa e descrevendo-a em profundidade a partir da coleta e análise de dados por meio de entrevistas, observação, uso de dados secundários e análise documental. Os resultados apontam uma experiência exitosa e de importante impacto positivo, onde foi possível que estudantes pudessem passar a dispor de alimentação saudável e segura, paralelamente ao desenvolvimento de empreendimentos agroalimentares e avanços na pauta da sustentabilidade da agricultura familiar e ecossistema econômico-social local.
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