Para muitos, a qualidade do ensino da Educação Física e a democratização da cultura corporal não são objetos de problematização, pois o uso do corpo é algo alheio às preocupações da cultura, compreendida em sentido amplo. No entanto, compreendo que esse é um problema a ser investigado, cujo interesse nasceu de uma reflexão sobre alguns casos vivenciados por mim, como professor de Educação Física, e que serviram de amostra para esta análise. Desse modo, foi possível me defrontar com diversas dificuldades de se pensar a cultura corporal nos espaços destinados a essa disciplina e onde, muitas vezes, se utiliza o corpo para o exercício de práticas autoritárias. Para analisar esse aspecto, serão utilizados conceitos do campo da teoria crítica, partindo da hipótese de que essa matéria encontra-se inviabilizada devido a diversos fatores, dentre os quais podemos destacar a falta de associação entre a teoria e a prática. Grande parte das chamadas teorias educativas trabalhadas no curso de formação de professores não os capacita para uma reflexão sobre os determinantes do real, presentes no ato educativo que, no caso específico do ensino da Educação Física, está relacionado às práticas corporais ou à transmissão das técnicas de corpo. O método utilizado para a coleta de dados foi o da pesquisa participativa, oportunizada pelo contato com a escola. Os resultados desta investigação indicam que a qualidade nas aulas de Educação Física e a democratização da cultura, encontram-se diretamente relacionadas à implicação e à responsabilidade dos sujeitos envolvidos em sua realização.
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